terça-feira, 17 de janeiro de 2017

daí que ele meteu no meu cuzinho
dizia que eu era "profissional" nessa tarefa de dar o cú
e, ele, profissional em chupar pau, e que meu pau era uma delícia

ele veio arrumadinho, cabelo penteado
parecia que ia dormir
mas aí, chão de sala, roupa no chão de sala, sala sem ser sala
a contaminação do erotismo

medo. pavor.

desistir. vontade de desistir.
não, não é um vontade nova. acho que a cada momento de adaptação, de reencontros ou desencontros, de estruturação de um caminho na vida, essa sensação bate. e bate também um desespero e um angústia sem fim. ou que quer um fim muito radical. quer-se o fim dos fins.

mas e aí, como fazer, a que recorrer. nesse desejo, nessa sina? nesse olhar desencantado? nesse corpo máquina, vendido para viver - ou vivendo para se vender para viver? cadê as vontades, os desejos, a satisfação em viver. medo. pavor. 

terça-feira, 26 de abril de 2016

dos teus sapatos

tu me deixa bêbado
atônito
tonto até

me deixa bagunçado
e quão bagunçado eu fico
contigo
é como ressaca de viagem
(é também ressaca de viagem)

é voltar pra casa, sem cama, sem sono, sem tu
é voltar nessa estrada sozinho, sem muitas esperanças, a não ser a de voltar
a de voltar sempre
assim que dá
assim que der

tu me deixas bêbado
mas sou eu quem tira teus sapatos antes de dormir




segunda-feira, 19 de outubro de 2015

teu pé tomando sol

sabes que, contigo e para ti, não é necessário mais música.
claro, ainda tem aquelas da rita lee, para você ser meu namoradinho. e que nem vou suportar você com outro alguém. ou ainda: nada é melhor que deitar o rolar com você.

e nem precisa de música pra isso. até pensei em colocar uma. mas meu humor é todo teu. nem quero nem preciso de música para me divertir, me acalmar. és tu meu muso e músico e música.

é só olhar no canto da porta do quarto, ver o teu pé tomando um sol na beira da cama.
e ganho meu dia.

e ganho minha vida. 

quinta-feira, 2 de abril de 2015

traga

vem, vem pra cá
goza aqui
resplandece
goza de novo
minha cara

-- traz umas cervejas.

nessa semana essa cerveja da semana que vem

e havia ali um ensejo, um desejo, por sorte. ali, aquele animal de óculos, que transparecia ou refletia tanto dos seus desejos. e aquele tempo, por mais que passasse, e quanto mais passasse, aumentava-lhe de tal maneira seu desejo que tudo que queria ali era beijar-lhe a boca.
com todos os medos possíveis. mas também com toda lembrança. lembrança do corpo, eterna esperança. e a intermitência, o diálogo de tais intermitências, as idas, as vindas, os retornos. os fragmentos de tempo, de desejo, e de procura.

e a esperança dessa cerveja na semana que vem. 

sábado, 7 de março de 2015

epistemologia do pornô

como pesquisar do pornô sem lhe desejar?
qual a graça, qual a epistemologia presente ou não presente em analisar o pornô sem que se deixe que suscite desejos? sem perceber os planos e como eles podem introduzir novas potências ao mesmo tempo em que te levam a bater uma? e essas bundas, como aparecem no plano -- e que bundas gostosas que quero lamber e chupar-lhes, opa?