segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Serei eu maníaco por afeto?

Sinto que o afeto, por si só, afeta a minha vida. O afeto, a idéia de afeto, o sentido, o conceito, e o próprio sentir. Sei que gosto e que amo, e isso me instiga, me leva, me supera e me afeta. Sinto, talvez seja demais sensível, ou egoistamente sensível.
Não consigo fugir dessa idéia de afeto. Se as pessoas sentem e se afetam entre si, e em suas leituras e ações conseguem abstrair-se disso, eu não o posso, eu não o consigo. Desde os meus pensamentos às minhas ações, passando pelas minhas leituras, estadas e dormidas, eu sinto, sinto que gosto e que me afeto todo o tempo.

Foto de Emerson Cunha. Modelo: Aretha Paiva.


Posso estar aprisionado a isso, tentar negar ou subverter. Ou posso aceitar e tomar isso dentro da minha poética. Sentir, e usar esse afeto para pensar a pornografia, o vídeo, o desejo suscitado pelas imagens e pelas performances, sempre sentindo e desejando saber a partir do que sinto e também desejo. Produzir fotos, imagens, intervenções, instalações e performances que coloquem em voga esse meu sentir, ou o meu não sentir. Talvez seja micro demais, mas é um micro poderoso, que se apodera de mim, e acho que me toma: influencia e orienta minhas ações, meus pensamentos, meu desejo.

Acho que o sexo toma uma posição importante na minha vida, e, nesse sentido, eu confundo sexo e afeto. É assim mesmo? É normal querer fazer sexo todo o tempo, e querer fazer sexo com carinho todo o tempo? É normal buscar isso, querer isso, desejar isso?