segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

maniumfesto

será necessário falar apenas dos afetos, das sensações, dos desejos experimentados, vividos?
será possível apenas um "falar de si" por aqui?
ou há espaço para a criação literária de ficção?

poesia ou literatura?

escrever como um gesto sem fim, cotidiano, talvez sem futuro, mas com materialidade. de gestos, de canções, dos afetos, do fazer ficção.

[e quando escrevo poesia, não faço ficção?]

penso num novo momento aqui no blogue. de uma escrita que se flua [ainda] mais para outros fazeres: outras escritas, outros estilos, doutras formas. doutros temas, doutras referências ou referenciais. não é algo que se decide de uma hora pra outra, mas, que, talvez, se construa com o tempo. esse tempo da fabulação que não é de um segundo, nem de um minuto: talvez, de uma vida toda.

i will sobreviver, hey hey

porque escrever é passar o tempo. é ocupar o tempo de alguma forma. é ocupar o tempo do jeito que eu sei fazer melhor. fazer melhor porque mais espontâneo, porque mais livre, porque mais leve.
porque escrever é também companhia. é des-companhia. da janela do meu quarto eu posso ver alguém escutando I'll Survive. Escuto daqui e acompanho. Estou sozinho, mas eu pretendo e vou sobreviver.

porque escrever é também estar no mundo, é se inscrever de alguma forma no mundo, é passar o tempo, é se inscrever no tempo.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

17/09

essa cidade ainda me é cheia de lembranças, coisas de que não consigo esquecer. o corpo marcado, a memória em chamas. chamam para si, para essa superfície epitelial, mas também àquela superfície rugosa do cérebro inúmeras imagens sem fim, sem nexo, talvez com apenas um destino: esquecê-las.

do tecido afetivo da cidade ou o direito às memórias.

o que te trago de fortaleza? as músicas que agora me tomam...

fazendo a sophie calle.