sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Bem assim.

Se eu existo, como existo, como leio?
Como temo, como anseio, como o tenho?

No leito, me encorajo de solidão e luto.
Bem assim.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Ruídos e ruíres

E, por essas horas, não há muito o que fazer.
Há que se esperar. Esperar sem ansiedade, mas com vontade. Aproveitando cada momento, cada cheiro, cada esperança, cada decisão. Cada amigo, cada companhia, cada sinceridade. Cada ação, cada momento, cada um. Esperar.
Fico aqui esperando e, por horas, o tédio me toma. Mas não, não fico mais ansioso esperando esse tédio passar, ou esperando que passe, ou buscando mil coisas que o façam passar, ficando tão ansioso novamente porque ele não passa, e assim num ciclo sem fim. Não. Pois espero o tédio tomar conta, e, se acontecer o inesperado, será extraordinário, se não, estaremos no seguir cotidiano da vida. Fico em tédio, leio, converso, durmo, como, anseio, penso, desejo, vontade, queria, você.

Vamo seguindo, seguindo em frente, seguindo andando, tateando essa rede que nos vem, nos toma e, por vezes, nos convem, e nos co-movem. Deixa os estímulos aparecerem, desejarem, os afetos ruírem e se refazerem, porque assim eu volto novo, desejado e com vontade. 

sábado, 4 de agosto de 2012

Muda a tudo

As coisas tem mudado por aqui em casa.
E então parece que tenho medo das mudanças, do devir. Tudo parece mudar a todo tempo. O dinheiro, a casa, as famílias, os amores, os medos, as cores. As ruas, as cidades, o tempo.
Camila se foi, volta em pouco tempo. Mas depois Fernanda se vai, e se vai para não voltar em pouco tempo. Os quartos mudam, o arranjo da casa muda, e os planos para futuro também mudam. Viajar, Minas, doutoramento. E tudo vai mudando.


quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Honra dos compromissos. Do comprometer-se.

Me parece que é hora de comprometer-se.

Hora de se comprometer com a sorte. Com os amigos. Com quem você divide a casa.
Hora de se compromenter com projetos. Políticos, estéticos. Política de vida. A macro e a micropolítica.
Hora de se comprometer com o que se estuda, com o que se pensa em fazer.

Hora de se comprometer mais uma vez com as pessoas. Com os desejos. Entendê-los e dizê-los.
Hora de estar junto, de estar, de juntar(-se).
Hora de se decidir e mais, estar disposto a tomar decisões, e saber que delas deriva sua liberdade e sua responsabilidade. Comprometer-se com o que escuta, com o que vê, com o que lê.
Comprometer-se com os afectos, de estar aberto às afecções. De chorar por elas.

Hora de comprometer-se é hora de estar aberto. De estar aberto ao outro, ao carinho do outro, de pedir o carinho do outro. E de saber dar, também. De trocar afetos e carinho. Ou de saber cumprir um silêncio, sem medo.



Comprometer-se é, sim, ter medo. Ter medo de perder, de errar, de estar na errância. De não saber e, portanto, de reconhecer o devir. Não sem medo.

Hora de se comprometer com os amigos, e com as cidades que te ocupam. De se ocupar das ruas, dos cantos, dos canteiros; do asfalto, dos carros, dos ônibus. Das rotas, das idas e vindas, dos aparelhos, institucionais ou àqueles à mão. De saber ser funcionário - de saber que se é funcionário - e de saber ser programador, quiçá, revolucionário.

Se comprometer com os passos, com a desordem do caminhos. Com os desejos, os anseios.

Contigo. e com nós todos.

é hora de se comprometer, é hora de comprometer-se, man.