sábado, 6 de outubro de 2012

modulando

às vezes é preciso chegar no fundo, lá onde nem energia mais existe
pra poder encontrar algo, um lampejo, uma luz, algo discreto mas que move
ali, onde o corpo nem aguenta mais, que pede arrego e sente medo
mas é nesse medo que eu vou
assim como com a ansiedade
modulando

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Deixa ser assim

A ti, com quem aprendi a ler;
A ti, com quem aprendi a andar: a andar no Centro, no bairro, no mundo afora;
A ti, com quem deixei alguns dos meus medos e resquícios de insegurança; a ti, com quem também criei inseguranças;
A ti, que me ensinou a cozinhar carne de sol com feijão verde, bem gostoso.
E me ensinou a casa, a assitir novela e sessão da tarde, a comer na hora antes do colégio, a curar a sinusite;
e ainda: me disse que não há amigos, mas colegas, afirmação que me afeta de alguma forma até hoje;
não me ensinou dos livros, mas me mostrou o gibi 
a turma da mônica, os filmes infantis, os paradidáticos que se seguiram
a ti, de quem aprendi a ser perto, mas também a ser distante
de quem vi os gestos de dor e tristeza, e de quem um sorriso vale tanto a pena.

tem vez que lembrar da sra. é tão bom.
espero que esteja bem.
mãe.




valei.me

E nesse regime de afeições,
fico me perguntando ou sentindo o quanto é difícil ensaiar um gesto.
Mais que isso: fico me perguntando como é difícil ensaiar um gesto que não o de uma resistência. Mas uma resistência a favor de si, contra o outro. Como sempre resistir ao outro.
Isso demanda uma energia em contrário, ou um corte de potência.
É a tristeza, segundo Spinoza.

valeime.