sexta-feira, 1 de junho de 2012

Dando início aos trabalhos. Postais.

Para Lara Vasconcelos

São Paulo
1º de junho de 2012


Chego e não tenho muito o que falar, embora tenho muito o que sentir, ou que tenha sentido.



O avião foi cansativo; parar duas vezes não é fácil. Mas consegui dormir um pouco.

No avião, ou melhor, já no aeroporto, vi que era eu comigo mesmo. A velha sensação ou certeza de que, apesar de tudo, você está meio só, mesmo que não esteja solitário, mas sempre haverá momentos em que está apenas você e você mesmo, você coordenando suas ações e decisões, você cuidando do seu próprio corpo. Acho que é a primeira vez que viajo estando morando sozinho, sem minha família por perto, ou sem estar na (in)segurança de um namoro; estou aqui porque eu quero, gastando da minha bolsa, e me fudendo se não der certo ou se der algum problema.

Se isso por um lado gera insegurança, por outro, é um sentimento tímido de liberdade. Mas uma liberdade que se quer política e afetiva. Se não, não tem graça.

Por isso, acho que aqui escrevo. E aqui estou. Por isso sinto vontade de falar com os meus, com os meus afectos, com minhas fontes de afecção. Queria muito você aqui.

Assim vou indo. Espero escrever coisas mais interessantes.


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