quinta-feira, 16 de outubro de 2014

10 minutos enamorado

10 minutos.
Sim, nosso namoro durou dez minutos. Não mais, nem menos.
Nem tão só, nem já, nem tarde. 10 minutos.

Ali, nos enamoramos pelo olhar. Assim, descaradamente, na frente de todo mundo. Aquele absurdo matinal. Um desejo de boca que aproximava, e que encarava. Assim, na frente de todo mundo.

Sabe daqueles olhares que dizem de si mesmo, como que falam "Sim, sou eu eu mesmo, eu estou te olhando mesmo. É isso, paquerando com você". E de tão metaolhar, era irônico, sarcástico.

Durante nosso namoro, nos vimos, nos escondemos. Rimos um da cara do outro, um na cara do outro, tamanha cara de pau. Em alguns momentos era brincadeira, em outras, sedução. [Ora, e quem disse que sedução não é um tipo de brincadeira?]

Aproximei-me. O olhar ficou mais curto. Era preciso mais volta do pescoço. Difícil. Ali, na frente de todo mundo.

Saí sem saber seu nome. Namoro de sem nome, namoro de olhar. Mas me despedi, mesmo assim. Nosso namoro acabou sem que nos olhássemos novamente. Ali, na frente de todo mundo.

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