Imagens de rostos, sexos, pelos, violões, camas; mas também gente que se utiliza da brincadeira para brincar de videoarte, videopainting, ou qualquer uma de suas inovações contemporâneas, que adoram se dizer pós-modernas.
Sua cara aparece com medo, com desejo, com pudor; mas, logo se perde o medo, e o que vier, se prepare, pode ser qualquer coisa. Pessoas feias, bonitas, gente que quer sexo ou apenas conversar, gente que mostra o pau ou a buceta, o desejo de fazer sexo sem tocar; gente que quer brincadeiras, sexuais ou não, o uso pornográfico daquilo que não foi feito para tal.
Talvez ocorra no site uma apropriação do terreno para uma releitura sexual. Explico. O chatroulette não foi criado com intenções sexuais; sua template é extremamente minimalista (duas imagens de webcam, sendo uma a sua; três botões que acionam ou param a roleta russa; pequenos avisos quanto à pedofilia; os créditos. E só.), de modo que não apela ou não orienta para nenhum tipo de uso da imagem. No entanto, inevitavelmente, povoam a imagem alheia uma série de picas (muitas picas querendo sexo e gozo) e alguma dúzia de bucetas (arreganhadas ou fechadas, peludas ou não); ou gente que mostra o peito, a cueca avolumada, as pernas grossas, ou um pouco do rosto, de forma bastante erótica ou mesmo sensual/sexual. Povoam a imagem alheia corpos fragmentados, ou fragmentos de corpos que se lançam a essa busca de roleta russa em madrugadas enjoadas e boring.
Depois escrevo mais. Vou ver qual a de hoje à noite.
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