sexta-feira, 8 de julho de 2011

Fim de ciclo: crise

A gente se forma. Depois de muito esperar, a gente se forma.
Mas nosso corpo e nossa vida não são acostumados com muita liberdade. Assim que nos vemos em um não-fazer obrigatório, com tempo livre e sem muitas certezas futuras - trabalho nunca é certeza para ninguém -, a gente pára. Param os desejos, as esperanças, o palpitar do coração. Vem a ansiedade, o anseio, a raiva, a vontade de não se sabe o quê. Vontade de dormir, e dormir, e dormir...
Acabar um curso é fechar um ciclo. Um ciclo que, para mim, durou quatro anos, marcados por namoros, brigas, incertezas, firmeza de postura, problemas familiares, encontro com amigos importantes e movimentação política. Tudo isso em torno da universidade, das pessoas que a fazem e dos amigos que lá fiz. Deixar isso de uma hora para outra não é nenhum pouco fácil. Também não é nem um pouco fácil ficar à mercê do mercado de trabalho, algo tão insólito e traiçoeiro como uma gelatina cheia de corantes e calorias. Novos mundo se abrem, ou é você que volta àquele velho mundinho, que você havia esquecido ao adentrar os muros da universidade.
O que deixar? O que ficar? Não sei. Não sei de muita coisa. Deixa eu ficar só, só um pouquinho. Sem ninguém, sem redes sociais, sem o mundo. Deixa eu.

3 comentários:

  1. been there, done that

    vamos caminhando, sempre juntos.

    boa sorte, te cuida, visse? te quero um bem danado :***

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  2. Exatamente tudo o que eu senti. Acho que é um dos ciclos mais difíceis de se encerrar. De repente o gosto amargo de ser jogado num mundo para o qual não estávamos preparados e de repente o futuro não é como como costumava ser... =/

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